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terça-feira, 12 de julho de 2011

Governo tenta de novo votar PL que ataca aposentadoria sem ligar para negociação

Funcionalismo vai pressionar para que deputados da Comissão de Trabalho não votem, nesta 4ª(13), o PL que põe fim à aposentadoria integral de novos servidores


O governo de Dilma Rousseff pôs outra vez na pauta de votação da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados (Ctasp) o PL 1992/2007, que cria o fundo de previdência complementar do funcionalismo e, na prática, acaba como direito à aposentadoria integral para novos servidores.

O projeto é o oitavo item da pauta desta quarta (13) e, aparentemente, o governo joga peso para aprová-lo, passando por cima, outra vez, das negociações em cursos no Ministério do Planejamento. “O governo faz oficina, faz o debate, mas não interfere em nada [para parar] os projetos no Congresso, e o [PL] 1992 é um dos que está na negociação”, critica o servidor Manoel Crispim, que vem participando nas reuniões de negociação entre o funcionalismo e o Planejamento representando a CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular).

Segundo o dirigente sindical, a pressão do governo para votar o projeto na Ctasp antes do recesso parlamentar é muito grande, mas os servidores devem lutar para impedir, pela segunda vez, que isso aconteça. Em abril, em meio à marcha que levou quase 15 mil servidores a Brasília, os trabalhadores lotaram o plenário da comissão e conseguiram fazer com que os deputados retirassem a proposta de pauta.

Não haverá tanta mobilização nesta quarta na capital federal, é óbvio, mas o fórum das entidades do funcionalismo vai se reunir pela manhã e definir como reforça as articulações durante a sessão. Os servidores também buscam convencer os parlamentares a respeitar as negociações em curso e não aprovar a proposta do governo. Também é possível que a movimentação proporcionada pela campanha salarial conjunta e as três marchas em Brasília já realizadas este ano pesem na decisão dos deputados com relação a um projeto que ataca diretamente os novos servidores, mas que provavelmente terá, mais cedo ou mais tarde, consequências negativas para todo o funcionalismo nas três esferas de governo.



Por Hélcio Duarte Filho

Luta Fenajufe Notícias

Terça-feira, 12 de julho de 2011