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segunda-feira, 28 de junho de 2010

STF precisa explicar à categoria por que reuniões não aconteceram, diz servidor

PRESSÃO EM BRASÍLIA


Reunião entre Peluso e Lula teria sido remarcada para quarta-feira; sem acordo, greve continua para forçar negociações

O governo Lula desmarcou as duas reuniões programadas para semana de 21 a 25 de junho nas quais o projeto PCS-4 estaria em pauta. Não houve explicação oficial para isso por parte do STF ou do Planalto.

Informalmente, dirigentes sindicais obtiveram informações de que elas não ocorreram por conta de alterações nas agendas do presidente Lula e do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, decorrentes da tragédia provocada pelas chuvas em Pernambuco e Alagoas. Há dúvidas, porém, sobre o real motivo dos cancelamentos.

O Comando Nacional de Greve tentará buscar em Brasília uma resposta da direção do Supremo Tribunal Federal para terem sido desmarcadas as reuniões do ministro Cezar Peluso com Paulo Bernardo, que ocorreria na quarta-feira (23), e com o presidente Lula, prevista para a manhã de sexta-feira (25). Ambas haviam sido confirmadas pela direção do STF.

“É uma atitude muito desrespeitosa do Executivo para com o Judiciário”, avalia Adilson Rodrigues, ex-dirigente da federação nacional (Fenajufe) e que tem participado do Comando e das atividades em Brasília. “O Supremo também está nos devendo uma resposta oficial sobre o que está acontecendo”, diz.

Ele considerou tímida e pouco politizada a nota em defesa do projeto que revisa o plano de cargos e salários (PL 6613/2009) divulgada há poucos dias na página do STF na internet. Aparentemente, a nota teria sido uma resposta à notícia que ataca o projeto distribuída pela “Agência Estado”, que pertence ao jornal “Estado de São Paulo”.

Servidores avaliam que o tema teria sido ‘plantado’ pelo governo com o intuito de ‘preparar o terreno’ para as negociações com o Supremo. “Parece ser uma tentativa de amaciar o Judiciário e ir empurrando o quanto der a questão”, critica Adilson.

Embora não haja nada formal, dirigentes da Fenajufe obtiveram informações de que a reunião que não aconteceu entre Lula e Peluso teria sido remarcada para próxima quarta-feira (30), às 17h30, mas com possibilidade de mudança no horário.

A informação foi obtida pelo servidor Antonio Melquíades junto a um assessor da Presidência da República. Outra fonte, não revelada, teria informado a mesma coisa a outro dirigente sindical em Brasília. Mas Melqui alerta para o fato de que não há garantias de nada e que é preciso manter a greve e a pressão pelo avanço nas negociações.

Opinião compartilhada por Rosicler Bonato, da Justiça do Trabalho do Paraná. "Confiança na cúpula do nosso país sempre nos trouxe decepções, esta é mais uma delas. Continuaremos fazendo a nossa parte, mantendo a greve com todas as forças possíveis”, diz a servidora, que também esteve nas recentes manifestações na capital federal.

Na segunda-feira (28), o Comando Nacional de Greve volta a se reunir em Brasília para avaliar a situação e definir novas atividades de mobilização. “É a greve que tem pautado toda e qualquer iniciativa do Judiciário e ela tem que continuar até que se conquiste o PCS”, defende Adilson.

Por Hélcio Duarte Filho

Luta Fenajufe Notícias

Sexta-feira, 25 de junho de 2010