Pedido de audiência entre o presidente do STF e o ministro do Planejamento, na qual o PCS estaria em pauta, continua sem resposta
Aos 58 anos, o polivalente Paulo Bernardo, paulista que fez carreira política em terras paranaenses, anda muito ocupado. Essa é a explicação oficiosa dada no Planejamento para a demora em atender ao pedido de audiência de Cezar Peluso, presidente do Supremo Tribunal Federal, protocolado na semana passada no ministério. É nessa reunião, que chegou a ser anunciada pelo STF para acontecer na sexta-feira (10), que a direção da mais alta corte da Justiça brasileira diz apostar para decidir como fica o projeto, assinado pelo Poder Judiciário, que trata da questão salarial dos servidores.
“A informação que temos é que o pedido está lá, mas não foi marcada a reunião porque o ministro está muito envolvido com o novo ministério e a transição de governo”, diz um servidor com acesso à assessoria do Planejamento. O novo ministério em questão é o das Comunicações, cuja titularidade já está reservada para Bernardo pela presidente eleita, Dilma Rousseff. Por essa versão, o ministro que cuida das questões relacionadas aos servidores estaria o tempo todo transitando entre o Palácio do Planalto e a equipe de transição de governo. “Mas o fato é que ele está enrolando, empurrando [a reunião] para o recesso”, conclui o mesmo servidor, que ncobra o início das prometidas negociações.
Paulo Bernardo foi o ministro encarregado pelo presidente Lula, no final de julho, a dar aos servidores a notícia de que o PL 6613/2009, que revisa o PCS, ficaria para depois da eleição, quando as negociações seriam retomadas. Ele recebeu os representantes do Comando Nacional de Greve na noite do mesmo dia em que o ministro Peluso e o presidente Lula se reuniram, pela primeira e única vez até aqui, para tratar, dentre outros pontos, do PCS-4.
Na reunião, Paulo Bernardo falou também na criação de um grupo técnico de trabalho, reunindo o Planejamento e o STF, para adiantar a conversa a ser travada após a eleição. Não se tem notícia do paradeiro dessa comissão.
Mais de 45 dias se passaram desde que os votos do segundo turno foram contados para dar a vitória à candidata do governo, sem que qualquer processo formal de negociação tenha sido instalado. Peluso, que poucos dias depois daquela reunião com Lula disse aos servidores que confiava na palavra do presidente, não voltou mais ao Planalto, como chegou a afirmar que faria se necessário fosse. Aguarda, paciente, um espaço na agenda do futuro ministro das Comunicações.
Por Hélcio Duarte Filho
Luta Fenajufe Notícias
Quinta-feira, 16 de dezembro de 2010